sábado, 12 de outubro de 2013

Parte 2 - A coragem de uma paixão. Cap. 1


Depois do beijo Kaique trouxe nos olhos uma força que me cativou. – Eu tinha a certeza de que estava louca, ficando frouxa com a idade. Idade essa coisa que nos persegue. – Não eu não resisti à força do olhar de Kaique. Esse olhar que trazia uma certeza de que era aquele o sentimento que ele desejava o sentimento em estar comigo.

- Não vamos mais ficar brigando. – Ele disse decisivo. E essa força essa coragem de decisão me poi-se em suas mãos definitivamente.

- Brigando! Nem começamos a namorar e já brigamos.

- Então aceita ficar comigo, namorar comigo?

Eu sorri.  Como a gente é idiota!

- Olha só. Tem um monte de gente envolvida nesse nosso relacionamento e precisamos conversar com elas.

- Vamos conversar, não tem problema!

A certeza de Kaique de seus sentimentos e sua coragem para viver esses sentimentos não me deram outra alternativa se não em concordar com ele. Claro, era verdade. Aquele moleque, era um homem decidido e corajoso, não tinha a experiência de um homem mais vivido ou suas espertezas, mas era um homem. Um homem que me deu segurança e certeza de que gostava de mim.  E ao diz sim, nos beijamos mais uma vez. Ele me envolveu em seu abraço quente e forte, e dali eu não queria sair por nada mesmo. Depois combinamos de nos ver a noite.

E inevitavelmente a primeira pessoa que tivemos que enfrentar foi o meu filho.

Ah!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A coragem de uma paixão - parte 6 – A desculpa e o...

Depois da noite mal dormida eu não estava a fim de falar com aquele moleque.  Arrumei-me para o trabalho sem me importa com aquele desgraçado. Na verdade eu não me cabia em mim de tanta raiva.  O meu filho já estava tomando o seu achocolatado na mesa da cozinha e me olhou demoradamente.

O que eu podia dizer a ele?  É um namoradinho da mamãe! É o carinha com quem to ficando agora! Não, nenhuma dessas respostas cabia em mim. Alias naquele   momento nada cabia em mim. Eu  Não  lhe disse nada sobre o acontecido . Disse apenas um bom dia e sai para o trabalho. O meu filho ficou ali calado me olhando esperando uma resposta. Mas acho que também ele parecia ter alguma compaixão. Sei-lá. Só sei que a situação estava deveras pesada para mim. E  Sinceramente me senti mal, profundamente desconfortável com tudo e  impotente diante do fato ocorrido.
 

Mas o dia assim como a vida tinha que continuar. Eu, mesmo no calor da raiva e da decepção tinha que resolver aquele relacionamento que não ia nem vinha, estava amarrado encruado.
Fui até a padaria onde marquei com Kaique e ele estava ali me esperando.  Entrei sentei ao seu lado, numa mesa ao fundo. Ele me olhou sabendo o quanto eu estava irada, brava com toda a situação da noite anterior. Gentilmente ele se preocupou comigo, perguntando se eu queria tomar um café comer alguma coisa. Eu disse que já havia tomado café quando ele me ofereceu um café. Eu disse que não precisava de nada quando ele ainda oferecia um suco, um pão  ou um copo d'agua. Eu só não disse que queria muito elimina-lo de minha vida.

- Olha só Kaique. Vamos parar com essa história aqui tá bom. - Eu disse logo de imediato intimidando-o. - É uma situação que não dá pra manter, depois de ontem a noite ainda.. Não há como a gente manter esse relacionamento ou o que  a gente,  a gente no começou... Eu no pensei que fosse o inicio de um... Entendeu  acabou.

- Eu sei que pisei na bola. Mas não foi culpa minha!

- Ah! Antes de você nascer eu já ouvia essa história...

- Eu tô falando a verdade.

- Sempre estão falando a verdade.

- Ouça. Eu estava namorando quando te conheci. E depois que te conhecia não consegui mais levar o namoro adiante...

- Namorando?  E Você quer que eu acredite nisso?

-  Mas é verdade!

-  Meu Deus! Onde eu fui me meter! – Aquilo para mim era demais da conta.  Derrepente a voz do Kaique sumiu e eu só pensava na situação em que me meti. Mas o que eu queria! Envolvimento é dramático e sinuoso mesmo. E pelo amor de Deus como a gente se culpa por isso.

Kaique então prosseguiu.

- Ela me procurou ontem à noite, justo na hora que eu estava saído para te encontrar. Ela deu o maior escândalo  na porta da faculdade e...

- Ok Kaique! Eu aceito as suas desculpas. Mas a minha proposta inicial continua valendo. Acabou aqui o que nem começou. Tá bom!

- Não... – ele disse e pegou em minha mão com força e carinho.

Eu senti algo quente percorrer o meu corpo, a minha alma. Deus do céu isso nunca havia me acontecido. Eu não pude recuar a mão, eu não quis recuar a mão.

- Estela. Acredite em mim...

- Kaique. ... – rompi com todos os meus sentimentos e me levantei rapidamente.

Eu estava certa desde o inicio aquilo não podia dar certo. Um moleque! E sabe como são os moleques, vão sempre querer novidades e outras e mais outras... Ah! o melhor que eu tinha que fazer era cuidar de minha vida. E fui.

E quando fui abrir a porta do carro senti as mãos pesadas de Kaique me pegarem, me virarem para o seu corpo e seus lábios densos tomarem os meus, ele me beijou demoradamente. Minhas pernas, gente que ridículo, minhas pernas amoleceram, logo após a surpresa do beijo que engoli e na verdade me senti abraçada pelo seu corpo me tirou do centro, o gosto de vida daquele moleque me entorpeceu, me fez cair, cair em suas mãos.

- Vamos parar de manha! É você que eu quero. – ele disse tão decidido, tão dono de si e de mim também. Dono de seu sentimento que me entreguei aquele beijo demoradamente.  E desde então, estamos namorando.
 
 

sábado, 29 de setembro de 2012

A coragem de uma paixão. Aconteceu então. parte 5


 
Eu magoada com o fora da noite, fiquei p da vida ouvindo a companhia tocar insistentemente naquela madrugada.

E quando fui ver o que era o meu filho havia atendido a porta e estava falando com Kaique.

Eu senti o chão se abrir para mim, não pude acreditar. Aquele moleque havia invadido a minha casa, numa falta de educação que me irritou e numa coragem de me dobrou.

- Mãe quem é esse cara? – perguntou o meu filho.

E os dois um enfrente ao outro, me mostrou que eram jovens demais, mesmo o meu filho tendo quinze anos e Kaique lá os seus 18... Mas ali parecia irmão, amigos das mesmas baladas.

Kaique então se moveu entrando na casa.

- Eu preciso falar com a sua mãe...

- OOOO, não vai entrando assim não na minha casa... - disse o meu filho.

Era uma situação complicada.

- Espere filho... Eu falo com ele. – Era a única coisa que eu pude  fazer para não causar uma discussão que daria numa briga...

Assustado o meu filho insistiu.

-Quem é essa cara mãe?

- Ele trabalha com a mãe e quer falar algo importante. – Eu tive que mentir, para não causar mais constrangimento a todos.

Meu filho de alguma forma entendeu e saiu ainda que raivoso da sala quando eu pedi.

Kaique entrou e pegou em minhas mãos o que eu tirei rapidamente. A ficha naquele momento caiu. Eu havia trazido aquele moleque para dentro de casa. Santo Deus. Derrepente meus pais, meus avos, amigos meu filhos estavam todos e cima de mim.

- Eu preciso falar com você. Foi tudo um momento ruim um contra tempo. – Ele disse tão maduro que pensei estar ouvindo o meu ex-marido.

- Tá. Vamos conversar, mas não aqui. Amanhã a gente se fala na padaria que nos vimos pela primeira vez!

- Você está magoada comigo. Eu sei!- ele insistiu docilmente, como se estivesse perdendo algo muito caro a ele. Foi o que percebi.

- Eu já disse amanhã a gente se fala. Ta bom!

- Me ouça só um instante.

-Ouça Kaique, amanhã. Ou você sai ou eu chamo a policia.

Eu vi lagrimas em seus olhos. Uma fisionomia agora de menino querendo muito se explicar. Como vi meu filho varias vezes. 

Kaique saiu como eu pedi e ainda cochichou que me esperaria as 7 na padaria.

Eu quis matar o Kaique por toda a noite que ele me deu, mas algo em mim me apascentou. E de alguma forma me dava alguma certeza de que ele gostava de mim. Por tudo o que fez, por seu desespero. Algo sério deveria ter acontecido. Algo sério em nossos sentimentos acontecia.

Sorri levemente e vi o rosto de meu filho me olhando na porta da cozinha.

- Mãe o que esta havendo! Quem é esse cara? – insistiu ele.

Eu então engoli a seco.

- Vai dormir amanhã a gente conversa! – Eu disse furiosa por ver o meu filho invadindo a minha vida.  Algo que me surpreendeu e surpreendeu ele também.

A mulher que sou estava brigando com mãe  que sou dentro de mim.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A coragem de uma paixão – parte 4 - O que é pra ser seu.....

Foi um dia longo para mim. Talvez igual somente quando me casei pela primeira vez.  Depois do dia que liguei para Kaique, eu fiquei pensando e repensando nesse sentimento que estava me tomando. E olhei para o meu casamento e pude avaliar que casei apenas por empolgação de menina virando mulher. Tanto é que nos separamos um filho depois.
Tudo bem, passado é aprendizado, e agora eu estava experimentando um sentimento que conhecia apenas de filmes, novelas e romances.
Na quinta feira, comecei a me prepara para esse encontro. E conversando com uma amiga sobre o assunto depois do espanto e da “pequenina” inveja, ela me aconselhou a não aparecer muito sofisticada no encontro, poderia assustador o jovem. Eu deveria ir casual.
Fui a um centro de estética, e fiz depilação completa, limpeza de pele, cabelo unhas. E não tinha jeito hora à hora eu pensava no olhar de Kaique e sua atitude eu fui me envolvendo e me deixo levar para o que viesse. Na verdade eu não conseguia tirar aquele moleque de meus pensamentos.
Sexta Feira então chegou e depois de abastecer a casa e deixar tudo pronto para o meu filho. Eu disse que ira sair com algumas amigas. Porque temos que sempre dar satisfação aos homens, seja marido filhos, pais... . Ora.......
Então fui para o local marcado para o encontro, Era um bar próximo a um museu no centro da cidade. Entrei  me sentei , pedi um suco e ansiosa pedia um café depois. Dispensei o café certamente deixaria mal halito. Na verdadeira eu esperava muito naquela noite. Eu desejava realmente Kaique, sentir a sua pele, a sua pegada, o seu aroma e seu beijo.   
Minuto a minuto angustiantes foram crescendo, se multiplicando e quando vi havia de passado 40 minutos. Kaique não apareceu.
Resolvi esperar mais meia hora. E ele não apareceu.
O primeiro sentimento foi de raiva, de ira por estar ali plantada esperando um moleque. Um moleque que mexia demais comigo.
Tomei o celular e ligue para  Kaique. A primeira vez ele atendeu e desligou rapidamente. Isso me aborreceu muito, mas insisti e então o só dava caixa postal. Insisti e insisti, e sempre caia na caixa postal.
Decepcionada e magoada, paguei a conta voltei pra casa, troquei de roupa e quis chorar. Como eu pude ter sido tão burra em acreditar num moleque. Ele não passava de um moleque.  Inevitavelmente o sentimento de vergonha foi se apossando de mim. Eu já mais diria essa história para alguém nem mesmo para minha melhor amiga. Então tomei um chá e tentei pegar no sono.
Então o celular tocou. Era Kaique.
Eu não tive duvidas desliguei, e desliguei todas as mil vezes que ele tocou o resto da noite. Eu estava furiosa, magoada e não queria ver aquele moleque nem pintado de ouro. Então o celular parou de tocar e meu deu uma pena não ter atendido. Mas  amanhã seria outro dia e eu esqueceria tudo isso....
Ledo engano.  Não sei como, mas Kaique apareceu na minha porta àquela mesma noite. Invadindo a minha privacidade o meu mundo, a minha vida.

domingo, 5 de agosto de 2012

A coragem de uma paixão. – parte 3

Eu não esperava esse sentimento em minha vida.

Ter encontrado aquele moleque no mercadinho estava me fazendo bem.
Uma mulher sempre se esquece de que é uma mulher, sempre estamos pensando nos filhos, na casa, no sei lá o que.
Mas o desejo daquele garoto nos olhos me fez despertar para o quanto sou uma mulher.
Na verdade eu nem sabia o nome dele, nem ele o meu. Conhecíamos-nos apenas pelo olhar e pelo desejo que o nosso olhar exalava.
Mas esperar até sexta feira e tempo demais. De alguma forma ele acendeu desejos em mim, mas mais do que isso ele com seu jeito de me querer e se encontrar  distante de todos  me atiçou uma curiosidade.  Não pude resistir e liguei para ele na mesma noite. Eu já havia feito o meu relatório, o jantar, conversado com meu filho e botado alguma ordem na casa e nas minhas coisas. Mas aquele moleque não saia de meus pensamentos.
Já passava das 23 horas, talvez ele estivesse dormindo. Mas eu tinha que falar com ele. Não sei como arranjei coragem, mas fui enfrente dominada pela minha curiosidade.
Ele atendeu, enquanto eu tremia com o celular na mão.
-  Aqui é a...
-Eu reconheci a sua voz...
-Sério!
- Que bom que ligou... Eu também estava pensando em te ligar...
-  Não estou te atrapalhando....
- Já terminou a aula, estou na estação do metrô.
- Quer que eu vá te buscar?
-Não posso! Estou com meus amigos, a gente chega junto no bairro.
- Entendi. Eu quero saber  seu nome.
-Kaique. Com “k”.  E o seu?
Kaique. Que nome mais jovem do que esse.
- Estela.  Olha...
- Sexta feira tá marcado não tá?
Eu não pude desistir, mesmo querendo, ou não querendo. Naquele momento estava muito confusa...
- Eu preciso pelo menos conversar com você Estela...
Derrepente, Kaique ficou grande demais, adulto o suficiente para me convencer a se encontrar com ele.
- Tá bom então.
-Ótimo. Boa noite.
Boa noite.
Eu não podia fugir daquela situação, daquele garoto. Ele havia me fisgado como se diz por ai. E confesso que não tinha forças para me livrar dele, ou não desejava.
Restava esperar sexta-feira chegar.

domingo, 22 de julho de 2012

A coragem de uma paixão. O Encontro.

Naquela semana e na semana seguinte eu havia me esquecido do episódio. Deixei de procurar a minha médica e decide que era coisa de um momento. Uma chuva de verão como diria a minha avó. Algo passageiro.
Mas como nessa vida o que é para ser seu vai ser mesmo. Para o bem ou para o mal.
Sem me perceber parei o meu carro enfrente a padaria, e ai me lembrei de que foi por vir naquela padaria que encontrei aquele menino. Decide não entrar na padaria. Derrepente toda a cena do encontro com o menino passou pela minha cabeça. Causando-me uma quentura que há cem anos eu não sentia.
Então, dei ré no carro e resolvi ir comprar pão e frios em outro lugar. Talvez o Extra ou outro qualquer.
Então indo, olhei um mercadinho. Desses mercadinhos bucólicos e que nos remete a infância, quando ainda não havia esses grandes supermercados. Então parei o carro e  entrei.
Não sabia que havia um mercadinho desses no meu bairro. Alias fui apreendendo que nessa vida não sabemos nada.
Então fui ao balcão do mercadinho, e uma mulher me atendeu muitíssimo bem.
Ela fatiou o presunto e o queijo e me pediu para aguardar que o pão iria sair em breve.
-Pão quentinho! Que maravilha para uma quarta feira, sem graça e fria como aquela. Eu disse que esperava e fui dar uma olhada pelo mercadinho ver se precisava de mais alguma coisa.
Olhei para o requeijão Catupiry que o meu filho adora, vi a data de validade e o preço e resolvi comprar. Peguei dois potes, e quando me virei senti as minhas pernas amolecerem.
Aquele menino estava me olhando. Parado ao meu lado com o mesmo olhar dominador, esfomeado.
Eu segurei firmes os potes de Catupiry e fui flechado pelo seu sorriso.
- Acabou de chegar um lote de Catupiry. Você quer mais?
Eu fiquei muda. Dominada por ele. Meu Deus isso nunca havia me acontecido antes.
Apenas lhe sorri. E vi que ele vestia o uniforme do mercadinho.
- Você trabalha aqui? – Tola sem chão e força, eu perguntei.
- Sou repositor! Mas estou estudando administração...
- Certo! – Eu disse apenas, não tendo palavras.
Ele manteve o seu sorriso. E se ofereceu para pegar uma cestinha. Se foi e  rapidamente voltou com a cesta. Eu fiquei parada olhando para o nada. Até sentir a sua mão tocar na minha e pegar os potes de Catupiry.
- Eu te vi outro dia... - Não sei de onde tirei força para dizer.
-Há duas semanas. Eu me lembro.
-Se lembra?
- Não sei o que me aconteceu, mas você mexeu comigo...
-Ah é!
Ele também havia sentido o que senti.
Ele ficou me olhando e eu para ele. De alguma forma, parecia que nossos olhares eram íntimos. Não havíamos nos vistos antes, mas ao olhar um para o outro sentimos que de alguma forma era verdade que estava acontecendo com nós, todo o sentimento novo que nos invadia.
- Aqui não dá pra eu falar. Mas sexta à noite eu to livre não tenho aula. E esse o número do meu celular se quiser me liga.
Ele disse me olhou mais um pouco, sorriu e me entregou a cesta com os potes de Catupiry. Depois foi para o depósito do mercadinho.
E estranhamente eu não estava mais abalada, nem surpresa, nem... Eu estava encantada.
Tomei o pão, agradeci à senhora. E fui para casa, como que me alimentado de algo nunca experimentado antes e que me fez um bem daqueles.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A coragem de uma paixão.


É preciso de muita coragem quando o destino te surpreende com  outra alma em sua vida.... talvez a tão falada alma gêmea.



Não tenho medo dessa história, apesar de levar a amargura que me restou. Coisas da vida. O que vou fazer.

Mas não posso, não quero negar para mim mesmo essa história nem me envergonhar.

Foi certamente a minha mais forte experiência depois de ter me tornado mãe.

E aconteceu assim sem que eu houvesse esperado ou planejado. Talvez eu esperasse talvez eu desejasse. Alguns esotéricos diriam que estava em minha alma há muito tempo...

Mas a única resposta que tenho é que amei, senti, verdadeiramente como nunca. E descobri os meus sentimentos como mulher, além de mãe, filha boa e funcionária, cidadã exemplar.

Eu trabalho fora e naquele dia, cheguei cansada e exausta em casa. Meu filho para variar estava com alguns amigos nesses joguinhos de computador. Aquele barulho me deu nos nervos, pensei em tocar todo mundo para fora de casa. Mas...

Eu que sai. Resolvi ir até uma padaria, comprar pizza, pães.

Fui a pé à padaria próxima a minha casa. Rua arborizada, iluminação boa, e mesmo aos cocos de cachorros, se pode caminhar tranquilamente.

Eu ia com meus pensamentos, quando os meus olhos sem que eu percebesse me direciona para a imagem de um garoto vindo em minha direção.

Não pude resistir ao seu jeito, ao seu olhar, sei lá talvez a sua alma. Fui sugada por ele. E percebi que ele me olhou com tanta força que algo dentro de mim bagunçou.

Era um menino da idade de meu filho, quinze anos. Lindo demais, forte, e com um olhar de homem devorador. Olhar que eu não havia visto antes em minha vida.

O meu Deus, o que está acontecendo comigo. - pensei.

Então ele passou me olhando firme forte e desconcertante. Tirando-me do rumo. Eu o olhei e continuei caminhando, e dois passos depois olhei para trás e vi que ele olhou para mim também. Eu então com medo segui enfrente respirando fundo e fugindo, fugindo. Talvez fosse o stress, não sei! Mas eu nunca havia sentindo algo assim em minha vida.

Entrei na padaria comprei o que tinha que comprar e voltei para a casa. Decidida a visitar a minha ginecologista e saber se eu estava já entrando na menopausa. Afinal tenho 44 anos.

Mas o fato é que nunca havia senti isso em minha vida.

Não falei nada com ninguém, tomei um banho e fiquei com a família naquela noite. E resolvi não caminhar mais por aquela rua. E tudo passou. Confesso que não fui mais à padaria a pé.

E quando eu havia esquecido todo o momento breve e denso que vivi ao ver o garoto,  novamente esse menino apareceu em minha vida...

( Desculpe-me, mas tenho que respirar um pouco. Ainda me dói essas lembranças. Mas prometo a continuar contando a minha experiência....)