segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A coragem de uma paixão - parte 6 – A desculpa e o...

Depois da noite mal dormida eu não estava a fim de falar com aquele moleque.  Arrumei-me para o trabalho sem me importa com aquele desgraçado. Na verdade eu não me cabia em mim de tanta raiva.  O meu filho já estava tomando o seu achocolatado na mesa da cozinha e me olhou demoradamente.

O que eu podia dizer a ele?  É um namoradinho da mamãe! É o carinha com quem to ficando agora! Não, nenhuma dessas respostas cabia em mim. Alias naquele   momento nada cabia em mim. Eu  Não  lhe disse nada sobre o acontecido . Disse apenas um bom dia e sai para o trabalho. O meu filho ficou ali calado me olhando esperando uma resposta. Mas acho que também ele parecia ter alguma compaixão. Sei-lá. Só sei que a situação estava deveras pesada para mim. E  Sinceramente me senti mal, profundamente desconfortável com tudo e  impotente diante do fato ocorrido.
 

Mas o dia assim como a vida tinha que continuar. Eu, mesmo no calor da raiva e da decepção tinha que resolver aquele relacionamento que não ia nem vinha, estava amarrado encruado.
Fui até a padaria onde marquei com Kaique e ele estava ali me esperando.  Entrei sentei ao seu lado, numa mesa ao fundo. Ele me olhou sabendo o quanto eu estava irada, brava com toda a situação da noite anterior. Gentilmente ele se preocupou comigo, perguntando se eu queria tomar um café comer alguma coisa. Eu disse que já havia tomado café quando ele me ofereceu um café. Eu disse que não precisava de nada quando ele ainda oferecia um suco, um pão  ou um copo d'agua. Eu só não disse que queria muito elimina-lo de minha vida.

- Olha só Kaique. Vamos parar com essa história aqui tá bom. - Eu disse logo de imediato intimidando-o. - É uma situação que não dá pra manter, depois de ontem a noite ainda.. Não há como a gente manter esse relacionamento ou o que  a gente,  a gente no começou... Eu no pensei que fosse o inicio de um... Entendeu  acabou.

- Eu sei que pisei na bola. Mas não foi culpa minha!

- Ah! Antes de você nascer eu já ouvia essa história...

- Eu tô falando a verdade.

- Sempre estão falando a verdade.

- Ouça. Eu estava namorando quando te conheci. E depois que te conhecia não consegui mais levar o namoro adiante...

- Namorando?  E Você quer que eu acredite nisso?

-  Mas é verdade!

-  Meu Deus! Onde eu fui me meter! – Aquilo para mim era demais da conta.  Derrepente a voz do Kaique sumiu e eu só pensava na situação em que me meti. Mas o que eu queria! Envolvimento é dramático e sinuoso mesmo. E pelo amor de Deus como a gente se culpa por isso.

Kaique então prosseguiu.

- Ela me procurou ontem à noite, justo na hora que eu estava saído para te encontrar. Ela deu o maior escândalo  na porta da faculdade e...

- Ok Kaique! Eu aceito as suas desculpas. Mas a minha proposta inicial continua valendo. Acabou aqui o que nem começou. Tá bom!

- Não... – ele disse e pegou em minha mão com força e carinho.

Eu senti algo quente percorrer o meu corpo, a minha alma. Deus do céu isso nunca havia me acontecido. Eu não pude recuar a mão, eu não quis recuar a mão.

- Estela. Acredite em mim...

- Kaique. ... – rompi com todos os meus sentimentos e me levantei rapidamente.

Eu estava certa desde o inicio aquilo não podia dar certo. Um moleque! E sabe como são os moleques, vão sempre querer novidades e outras e mais outras... Ah! o melhor que eu tinha que fazer era cuidar de minha vida. E fui.

E quando fui abrir a porta do carro senti as mãos pesadas de Kaique me pegarem, me virarem para o seu corpo e seus lábios densos tomarem os meus, ele me beijou demoradamente. Minhas pernas, gente que ridículo, minhas pernas amoleceram, logo após a surpresa do beijo que engoli e na verdade me senti abraçada pelo seu corpo me tirou do centro, o gosto de vida daquele moleque me entorpeceu, me fez cair, cair em suas mãos.

- Vamos parar de manha! É você que eu quero. – ele disse tão decidido, tão dono de si e de mim também. Dono de seu sentimento que me entreguei aquele beijo demoradamente.  E desde então, estamos namorando.